Bursite e Tendinite no Quadril

O fêmur apresenta uma região que fica saliente a parte lateral do quadril chamado de Trocanter Maior. Nesta região existem superficialmente Bursas ( 4 ou mais) atuando agentes “facilitadores” do movimento de fáscias e tendões nesse local. Quando por algum motivo essas bursas inflamam, surgem então o quadro de “Bursite”. Tal ocorrência pode proporcionar dor intensa local, limitação para atividade física além de relato de dificuldade para dormir pois o toque no local é por vezes extremamente doloroso.

A dor pode ser proporcionada por inflamação das bursas, compressão ou irritação de nervos localizados nesse local gerando dor. Por vezes a causa principal da dor na face lateral do quadril não é a bursite e sim lesão da musculatura abdutora do quadril com sua inserção nesse mesmo local. Alguns autores sugerem que o melhor termo para essa patologia é a“ Síndrome da dor Trocantérica Lateral”. Como o quadril apresenta outras bursas que também podem proporcionar dor, o ideal é realizar o exame físico minucioso para adequado diagnóstico e tratamento da dor.

Causas da bursite no quadril

Movimentos repetitivos dos tendões e fáscia sobre o trocanter maior. Pressão local pode proporcionar inicio dos sintomas ou piorar os já existentes. Um quadro de inflamação crônica pode fazer com que a Bursa perca sua função de facilitar o movimento, pois suas paredes ficam espessas, favorecendo a piora do quadro de dor e limitação funcional.

É comum o paciente com bursite trocantérica apresentar alterações em outros pontos do corpo como articulações sacroiliacas, coluna lombar, alterações nos joelhos, tornozelos. De modo geral, acredita-se que alterações que proporcionem mudança no padrão natural da marcha favorecem ao surgimento de sintomas na face lateral do quadril.

Diagnóstico da bursite no quadril

O exame físico habitualmente é suficiente para o diagnóstico da Bursite trocantérica. Radiografias, Ressonância e demais exames favorecem a exclusão de outras patologias se o exame físico não for completamente elucidativo ao avaliador.

Tratamento não cirúrgico

Na maioria dos casos o tratamento é “Conservador” ou seja “Não Cirúrgico”. Medicamentos analgésicos, anti-inflamatórios, fisioterapia, acupuntura apresentam excelentes resultados no tratamento, no entanto, por vezes, o resultado é demorado com melhora gradativa.

Exercícios de alongamento, correção do padrão de marcha e função muscular são necessários visando a “Cura” definitiva. Em casos de persistência dos sintomas ao tratamento conservador, INFILTRAÇÕES LOCAIS com anestésicos e Corticoides ou “TOC” (Terapia por ondas de choque) são opções adicionais para resolução destes casos.

Tratamento cirúrgico

O tratamento cirúrgico é indicado apenas em pacientes com falha total dos demais tratamentos. É realizada a retirada da Bursa inflamada, liberação dos tecidos causadores de pressão na Bursa e caso necessário, reparo dos tendões abdutores se lesados. A cirurgia pode ser feita no método tradicional aberta ou por videoartroscopia.